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ESTAS PALAVRAS SÃO DEDICADAS A TI...

"São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um incêndio. Outras, orvalho apenas. Eugénio de Andrade

"São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um incêndio. Outras, orvalho apenas. Eugénio de Andrade

ESTAS PALAVRAS SÃO DEDICADAS A TI...

26
Dez06

::::: Eu, modo de usar :::::

Paula Valentina
> EU, MODO DE USAR
>
>>>Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça >>>dormir.
>>>Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar.
>>>Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes >>>primeiro.
>>>Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha >>>nocauteante beleza.
>>>
>>>Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me >>>façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca >>>tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais.
>>>Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um >>>porto, um albergue da juventude.
>>>Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.
>>>Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e >>>sempre por uma boa causa.
>>>Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me >>>obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada.
>>>( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?).
>>>
>>>Seja mais forte que eu e menos altruísta!
>>>Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de >>>braços, gosto de pernas e muito de pescoço.
>>>Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os >>>pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, >>>mesmo na sua idade.
>>>
>>>Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
>>>Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos.
>>>Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa >>>de gente triste.
>>>Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.
>>>Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.
>>>Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o >>>invente muitas vezes.
>>>
>>>Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que >>>ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ...
>>>Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal.
>>>Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar >>>sua família... isso a gente vê depois ... se calhar ...
>>>Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora.
>>>
>>>Quero ver você nervoso, inquieto, tenha amigos e digam muitas bobagens >>>juntos.
>>>Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas.
>>>Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.
>>>Me rapte!
>>>
>>>Se nada disso funcionar ... experimente me Amar !!! Beijos...
>
26
Dez06

NOSSO VALIOSO TESOURO

Paula Valentina
Durante uma noite escura um homem caminhava desolado pela praia e pensava assim:
>>Ah! Se eu tivesse uma casa bem grande eu seria feliz.
>>Ah! Se eu tivesse um excelente trabalho eu seria feliz
>>Ah! Se eu tivesse uma companheira bonita eu seria feliz
>>Neste momento tropeçou numa sacolinha cheia de pedras e passou a joga-las, >>uma a uma, no mar a cada vez que dizia com raiva:
>>Ah! Seria feliz se eu tivesse um lindo carro
>>Ah! Seria feliz com uma bela lancha
>>Ah! Eu seria feliz se pudesse fazer longas viagens
>>Prosseguiu até que a sacolinha ficou com uma só pedrinha e esta ele acabou >>guardando.
>>Ao chegar em casa ele percebeu que aquela pedra era um diamante muito >>valioso. Pensando nos outros que havia jogado fora voltou desesperado até >>a praia e ficou a noite inteira tentando recuperar o tesouro perdido, mas >>não conseguiu achar nenhum dos que atirou no mar.
>>Restou a ele apenas uma pequena parte de tudo que sempre sonhou.
>>Quantos de nós vivemos jogando fora nossos preciosos tesouros por >>sonharmos com aquilo que é perfeito sem dar valor ao que temos perto de >>nossas mãos.
>>A felicidade está muito próxima de cada um, se déssemos valor a cada >>pedrinha que conquistamos na caminhada da vida, quantas coisas >>maravilhosas já teríamos!
19
Dez06

::::: Sei o que sentes :::::

Paula Valentina
No fundo dos teus olhos, encontras-me ao acaso, lês-me,
>>passeias-te suavemente sobre a pele macia e inquieta da minha alma, >>pensas-me, traças-me o querer e sorris quando um doce arrepio te acaricia >>e desassossega a mente.
>>Conquisto-te, quando as minhas mãos te guiam, na procura das formas, dos >>contornos desta história irreal que não tem princípio, nem meio, nem fim. >>Alvoroço-te o espirito quando os teus dedos sentem inexplicavelmente o >>calor da paixão que me inspira e me move sobre ti.
>>Sem saberes quem sou, conheço os teus anseios, sei que te provoco os >>sentidos em cada letra que sulcas, prendo-te a mim a cada virgula que me >>espreita nua, entre letras.
>>Sonhas-me em sonhos teus, e abraças com fervor as minhas ilusões, possuis >>cada detalhe do corpo deste texto, e transpiras a secreta aspiração, que >>sejam dedicados a ti, estes doces devaneios, envoltos em lençóis, prazeres >>e metáforas escondidas.
>>Estremeces quando te afago os cabelos em cada frase, suspiras quando colas >>a tua boca no silêncio dos meus lábios, cativo-te as vontades, quando me >>ouves falando baixinho, sussurrando-te ao ouvido, todo o Amor que deixo >>espalhado nas entrelinhas.
>>Sei o que sentes quando as minhas palavras te tocam, e te desvendam sem >>pudor, os aromas deste rasto mágico, perfumado de delírios e confidências, >>de uma mulher que não existe, senão nas tuas fantasias.
19
Dez06

Carta de Natal

Paula Valentina
> Um rapazinho de 8 anos queria ganhar 100 euros e rezou durante duas > semanas a Deus. Como nada acontecia, ele resolveu mandar uma carta > para o Todo-Poderoso com o seu pedido. Os CTT receberam uma carta > endereçada para "Deus-Portugal" e resolveram entregá-la ao Ministro > das Finanças. > > O Ministro ficou muito comovido com o pedido e resolveu mandar uma > nota de10 euros para o garotinho, pois achou que 100 euros era muito > dinheiro para uma criança tão pequena. > > O rapazinho recebeu os 10 euros e imediatamente sentou-se para > escrever uma carta de agradecimento: -"Querido Deus: Muito obrigado > por me mandar o dinheiro que eu pedi. Contudo notei que por alguma > razão o Senhor mandou-o através do Ministério das Finanças e, como > sempre, aqueles filhos da p... ficaram com 90% do que era meu!"
19
Dez06

O galo orgulhoso!

Paula Valentina
>>
>>Era uma vez um grande quintal onde reinava soberano e poderoso galo. >>Orgulhoso de sua função, nada acontecia no quintal sem que ele soubesse e >>participasse. Com sua força descomunal e coragem heróica, enfrentava >>qualquer perigo. Era especialmente orgulhoso de si mesmo, de suas armas >>poderosas, da beleza colorida de sua penas, de seu canto mavioso.
>>
>>Toda manhã acordava pelo clarão do horizonte e bastava que cantasse duas >>ou três vezes para que o sol se elevasse no céu. "O sol nasce pela força >>do meu canto", dizia ele. "Eu pertenço à linhagem dos levantadores do sol. >>Antes de mim era meu pai; antes de meu pai era meu avô" ...
>>
>>Um dia uma jovem galinha de beleza esplendorosa veio morar em seu reinado >>e por ela o galo se apaixonou. A paixão correspondida culminou numa noite >>de amor para galo nenhum botar defeito. E foi aquele amor louco, noite >>adentro. Depois do amor, já de madrugada veio o sono. Amou profundamente e >>dormiu profundamente. As primeiras luzes do horizonte não o acordaram como >>de costume. Nem as segundas...Para lá do meio dia, abriu os olhos >>sonolentos para um dia azul, de céu azul brilhantee levou um susto de >>quase cair. Tentou inutilmente cantar, apenas para verificar que o canto >>não lhe passava pelo nó da garganta. -"Então não sou eu quem levanta o >>sol?", Comentou desolado para si mesmo. E caiu em profunda depressão. O >>reconhecimento de que nada havia mudado no galinheiro enquanto dormia >>trouxe-lhe um forte sentimento de inutilidade e um questionamento >>incontrolável de sua própria competência. E veio aquele aperto na >>garganta. A pressão no peito virou dor. A angústia se instalou >>definitivamente e fez com que ele pensasse que só a morte poderia >>solucionar tamanha miséria. "O que vão pensar de mim?", murmurou para si >>mesmo, e lembrou daquele galinho impertinente que por duas ou três vezes >>ousou de longe arrastar-lhe a asa. O medo lhe gelou nos ossos. Medo. >>Angústia. Andou se esgueirando pelo cantos do galinheiro, desolado e sem >>saída. Do fundo de seu sentimento de impotência, humilhado, pensou em >>pedir ajuda aos céus e rezou baixinho, chorando. Talvez tenha sido este >>momento de humildade, único em sua vida, que o tenha ajudado a se lembrar >>que, em uma árvore, lá no fundo do galinheiro, ficava o dia inteiro >>empoleirado um velho galo filósofo que pensava e repensava a vida do >>galinheiro e que costumava com seus sábios conselhos dar orientações úteis >>a quem o procurasse com seus problemas existenciais.
>>
>>O velho sábio o olhou de cima de seu filosófico poleiro, quando ele vinha >>se esgueirando, tropeçando nos próprio pés, como que se escondendo de si >>mesmo. E disse: "Olá! Você nem precisa dizer nada, do jeito que você está. >>Aposto que você descobriu que não é você quem levanta o sol. Como foi que >>você se distraiu assim? Por acaso andou se apaixonando?" Sua voz tinha um >>tom divertido, mas ao mesmo tempo compreensivo, como se tudo fosse natural >>para ele. A seu convite, o galo angustiado, empoleirou-se a seu lado e >>contou-lhe a sua história. O filósofo ouviu cada detalhe com a paciência >>dos pensadores. Quando o consulente já se sentia compreendido, o velho >>sábio fez-lhe uma longa preleção:
>>
>>"Antes, quando você ainda achava que até o sol se levantava pelo poder do >>seu canto, digamos que você estava enganado. Para definir seu problema com >>precisão, você tinha o que pode ser chamado de "Ilusão de Onipotência". >>Então, pela mágica do amor, você descobriu o seu próprio engano, e até ai >>estaria ótimo, porque nenhuma vantagem existe em estar tão iludido. Saiba >>você que ninguém acredita realmente nessa história de canto de galo >>levantar o sol. Para a maioria, isto é apenas simbólico: só os tolos tomam >>isto ao pé da letra. "Entretanto, agora", continuou o sábio pensador, >>"Você está pensando que não tem mais nenhum valor, o que é de certa forma >>compreensível em quem baseou a vida em tão grande ilusão. Contudo, >>examinando a situação com maior profundidade, você está apenas trocando >>uma ilusão por outra ilusão. O que era uma "Ilusão de Onipotência" pode >>ser agora chamado de "Ilusão de incompetência". Aos meus olhos, continuou >>o sábio, nada realmente mudou. Você era, é e vai continuar sendo, um galo >>normal, cumpridor de sua função de gerenciar o galinheiro, de acordo com a >>tradição dos galináceos." Seu maior risco, continuou o pensador, é o de >>ficar alternando ilusões. Ontem era a Ilusão de Onipotência, hoje, Ilusão >>de Incompetência. Amanhã você poderá voltar à Ilusão de Onipotência >>novamente, e depois ter outra desilusão... Pense bem nisto: uma ilusão não >>pode ser solucionada por outra ilusão. A solução não está nem nas nuvens >>nem no fundo do poço. A solução esta na realidade. Após um longo período >>de silêncio, o velho galo filósofo voltou-se para os seus pensamentos. >>Nosso herói desceu da árvore para a vida comum do galinheiro. No dia >>seguinte, aos primeiros raios da manhã, cantou para anunciar o sol >>nascente. E tudo continuou como era antes.

>>(Maurício de Souza Lima)
19
Dez06

??PESSOAS E FLORES??

Paula Valentina
>>Estava passando de carro por uma rua movimentada quando o sinal fechou bem
>>em frente a uma floricultura.. Meus olhos passearam distraídos pelas >>lindas flores de um vaso de uma cor tão bonita que me fez, por um momento, >>esquecer todo barulho do trânsito.
>>
>>
>>Minha mente... nesse pequeno intervalo... aproveitou para também passear >>por outros espaços me remetendo a um outro tempo... Me lembrei de um dia >>numa outra floricultura onde fui comprar um vaso de flores para alguém e a >>minha reação às flores foi completamente diferente daquela que este >>pequeno vaso estava provocando em mim agora... de puro encantamento.
>>
>>
>>Naquele outro dia eu em casa já sabia exatamente o que queria e a imagem >>das flores já tinha vindo muitas vezes à minha mente que se encarregou de >>fazer um arranjo perfeito... na forma... nas cores... no tamanho... em >>tudo... nisso ela não se faz de rogada... é mesmo muito criativa.
>>
>>
>>Então... com o arranjo já todo pronto, deixei para a última hora o ato de >>comprar as flores porque nem me passou pela cabeça que ele poderia não >>existir naquela forma.
>>
>>
>>Mas cheguei na floricultura e nada do meu arranjo... Olhava ansiosa >>buscando ao redor na certeza que ele estaria ali me esperando... nada... >>entre tantos vasos de flores... nenhum se parecia com o meu... e eu não >>conseguia achar um vaso bonito o suficiente para me decidir entre os que >>estavam ali disponíveis no momento.
>>
>>
>>Então acabei comprando um vaso de pequenas flores cor de rosa, mas... nem >>de longe me deram aquela sensação de contentamento que eu teria... se >>tivesse encontrado as flores... que minha mente tão cuidadosamente usou >>para o arranjo que criou para mim.
>>
>>
>>Mas qual não foi a minha surpresa quando a pessoa que recebeu as flores se >>encantou por elas... eu fiquei feliz e até meio assustada porque não >>esperava de forma alguma uma reação tão favorável a um vaso que para mim >>não era o ideal porque fugia - e muito - às especificações da minha >>mente...
>>
>>
>>Despertei com a buzina dos carros me chamando a atenção para o fluxo do >>trânsito que insistia em querer continuar... apesar da beleza das >>flores...
>>
>>Entendi num segundo como perdemos maravilhas por querer adaptar a natureza >>a modelos criados pela mente e pela razão.
>>
>>As pessoas.. como as flores, são únicas... em nuances... em tons... em >>perfumes... em magias e encantamentos... tão diversificadas que as fazem >>especiais justo por serem únicas naquela forma natural de ser..
>>
>>
>>Saber enxergar e aceitar simplesmente como elas são... sem querem >>modificar nem as pessoas nem as flores... para que caibam exatamente >>dentro das nossas expectativas... pode nos trazer surpresas mágicas e >>fazer com que um dia cinzento e sem graça no meio de um trânsito arrasador >>de uma cidade grande... se torne por um momento que seja... encantado e >>eterno... e por isso mesmo inesquecível.
>>
>>
>>Claudia Belucci
19
Dez06

::::: Arte :::::

Paula Valentina
>>Pinceladas de cor nas sombras abstractas da minha imaginação, brilhos >>deixados num por do sol cheio de luas, penumbra de sentimentos traçados a >>pormenor, com um pincel fino, que a brisa marinha desbota no invisível, >>deste mundo de criatividade. Olhar critico que deixa o destino da tela, à >>mercê dos meus olhos fechados, confiante no talento que me nasce da alma, >>cores que escorrem e se misturam sem sentido, dão vida a uma melodia >>silenciosa que os olhares escutam, texturas do momento que nunca mais se >>repetem e que o tacto de quem sonha ao contrário, sentirá de outra forma.
>>Colorido de incompreensão inócua, na simples escolha da parede branca, >>onde a intensidade perfeita, da luz de um dia de Verão, realçará o sentido >>do delicado quadro, que tentadoramente, ainda está fresco. Num instante de >>raiva inesperado, as minhas mãos, penetram nas tintas, e com elas se >>misturam, metamorfoseiam o frágil efeito artístico do desenho, nascido do >>acaso, os meus dedos deslizam cruamente e sem nexo, entre contornos e >>efeitos visuais, reinventam novas formas de sentir, novos traços, >>impressões eternas, para sempre gravadas na pintura final, num momento de >>cega loucura, que o tempo jamais irá apagar.
>>São segredos abertos e entregues aos olhos de quem vê, que apenas eu >>consigo entender, sofrer e decifrar. Beijos...
19
Dez06

Mar em Lágrimas...

Paula Valentina
>>Que dor é esta que não se cala?
>> Nem o marulho do mar consegue abafar...
>> Olho para sua imensidão e de solidão me fala
>> Quantas outras almas por aqui passaram?
>> Quantas lágrimas vertidas não farão parte
>> Dessas águas obscuras que os pés vêm banhar?
>>
>> As águas profundas estão a clamar...
>> O esplendor da Lua reflete a tristeza,
>> Nem o mar consegue esconder a aflição.
>> Nas estrelas procuro sua alma a acenar.
>> Abandona-me a esperança, alimento da vida.
>> Estrela cadente na água sucumbe...
>> Leva-me contigo, aonde quer que vá!
>>
>> As águas profundas estão a clamar...
>> Seres que passam incólumes na vida,
>> Me digam, me contem, como é que se faz?
>> Quisera eu viver sem precisar guarida;
>> Guarida que apenas o Amor pode dar.
>> Procurei-te, em vão, por luas e sóis...
>>
>> As águas profundas estão a clamar ..
>>
>> Não vá! Não me deixe!
>> A esperança não ouve, cansou de esperar.
>> Com as águas profundas está a clamar ...
>> Caudal de lágrimas a salgar o mar ..
19
Dez06

~~ O JUIZ REFORMADO ~~

Paula Valentina
>>Como houvesse o Senhor recomendado nas instruções do dia muita cautela no
>>julgar, a conversação em casa de Pedro se desdobrava em derredor do mesmo >>tema.
>>
>> - É difícil não criticar - comentava Mateus, com lealdade -, porque, a >> todo instante, o homem de mediana educação é compelido a emitir pareceres >> na atividade comum.
>>
>> - Sim - concordava André, muito franco -, não é fácil agir com acerto, >> sem analisar detidamente.
>>
>> Depois de vários depoimentos, em torno do direito de observar e corrigir, >> interferiu Jesus sem afetação: - Inegavelmente, homem algum poderá >> cumprir o mandato que lhe cabe, no plano divino da vida, sem vigiar no >> caminho em que se movimenta, sob os princípios da retidão.
>>
>> Todavia, é necessário não inclinar o espírito aos desvarios do >> sentimento, para não sermos vitimados por nós mesmos.
>>
>> Seremos julgados pela medida que aplicarmos aos outros.
>>
>> O rigor responde ao rigor, a paciência à paciência, a bondade à >> bondade...
>>
>> E, transcorridos alguns instantes, contou: - Quando Israel vivia sob o >> governo dos grandes juízes, existiu um magistrado austero e violento, em >> destacada cidade do povo escolhido, que imprimiu o terror e a crueldade >> em todos os serventuários sob a sua orientação.
>>
>> Abusando dos poderes que a lei lhe conferia, criou ordenações tirânicas >> para a punição das mínimas faltas.
>>
>> Multiplicou infinitamente o número dos soldados, edificou muitos cárceres >> e inventou variados instrumentos de flagelação.
>>
>> O povo, asfixiado por estranhas proibições, devia movimentar-se debaixo >> de severa fiscalização, qual se fora rebanho de bravios animais.
>>
>> Trabalharia, descansaria e adoraria o Senhor, em horas rigorosamente >> determinadas pela autoridade, sob pena de sofrer humilhantes castigos, >> nas prisões, com pesadas multas de toda espécie.
>>
>> Se bem mandava o juiz, melhor agiam os subordinados, cheios de natural >> malvadez.
>>
>> Assim foi que, certa feita, dirigindo-se o magistrado, alta noite, à casa >> de um filho enfermo, foi aprisionado, sem qualquer consideração, por um >> grupo de guardas bêbedos e inconscientes que o conduziram a escura >> enxovia que ele mesmo havia inaugurado, semanas antes.
>>
>> Não lhe valeram a apresentação do nome e as honrosas insígnias de que se >> revestia.
>>
>> Tomado por temível ladrão, foi manietado, despojado dos bens que trazia e >> espancado sem piedade, afirmando os sentinelas que assim procediam, >> obedecendo às instruções do grande juiz, que era ele próprio.
>>
>> Somente no dia imediato foi desfeito o equívoco, quando o infeliz homem >> público já havia sofrido a aplicação das penas que a sua autoridade >> estabelecera para os outros.
>>
>> O legislador atribulado reconheceu, então, que era perigoso transmitir o >> poder a subalternos brutalizados e ignorantes, percebendo que a justiça >> construtiva e santificante é aquela que retifica ajudando e educando, na >> preparação do Reinado do Amor entre os homens.
>>
>> Desde a singular ocorrência, a cidade adquiriu outro modo de ser, porque >> o juiz reformado, embora prosseguisse atento às funções que lhe >> competiam, ergueu, sobre o tribunal, a benefício de todos, o coração de >> pai compreensivo e amoroso.
>>
>> Lá fora, brilhavam estrelas, retratadas nas águas serenas do grande lago.
>>
>> Depois de longa pausa, o Mestre concluiu: - Somente aquele que aprendeu >> intensamente com a vida, estudando e servindo, suando e chorando para >> sustentar o bem, entre os espinhos da renúncia e as flores do amor, >> estará habilitado a exercer a justiça, em nome do pai.
19
Dez06

Procuro alguém

Paula Valentina
>>Procuro alguém....
>>Não precisa ter beleza exterior...
>>Mas que o seu interior seja lindo...
>>Que me ame e que me faça
>>o amar profundamente.
>>
>>Procuro alguém...
>>Que me dê o seu sorriso mais bonito...
>>Que pra mim, sobre os
>>abraços mais apertados...
>>Que seus beijos, nos meus lábios,
>>sejam os mais molhados...
>>
>>Procuro alguém...
>>Não precisa ser perfeito...
>>Para que eu tenha a chance
>>de crescer junto.
>>
>>Procuro alguém...
>>Que seja fiel a seus sonhos...
>>Que me faça sentir a sua falta...
>>Que me faça esquecer a vida...
>>Que por mim não sinta só desejo...
>>Mas, infinitamente amor.
>>
>>Procuro Alguém...
>>Que me aceite do jeito que eu sou...
>>Que não brinque com os meus sentimentos...
>>Que seja digno e inteligente...
>>Que dê valor ao meu amor...
>>
>>E quando eu te encontrar...
>>Minha Vida...
>>Vou poder gritar...
>>EU VIVO!!!!
>>Porque tenho VOCÊ!!!

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